Na maioria dos casos, dar um valor de entrada é fundamental para um financiamento, mas existem algumas exceções
A compra de um imóvel requer um planejamento financeiro muito grande, principalmente por se tratar de um investimento de alto valor e que vai comprometer parte da renda por muitos anos. O mais comum é que as pessoas que vão adquirir um apartamento ou uma casa necessitem de um financiamento para conseguir parcelar o valor total do imóvel.
Porém, ainda assim, em muitos casos é exigida uma entrada inicial, montante que nem todos têm para disponibilizar no momento da compra. No entanto, existem algumas exceções e, com elas, é possível comprar o imóvel sem precisar dar entrada.
O financiamento através do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) engloba imóveis no valor de até R$ 1,5 milhão em todo o país e ele pode financiar até 80%. Isso significa que ainda é exigida uma entrada de 20% do valor do imóvel a ser adquirido.
“Não existe uma restrição nas normas do SFH que envolva os recursos da poupança ou do FGTS para financiar 100%. Mas isso é uma liberalidade que os bancos preferem não oferecer porque se ele acaba financiando o imóvel de uma pessoa que não dá nada de entrada, é uma relação muito tênue”, explica Celso Petrucci, economista-chefe do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP).
Porém, segundo Thiago Melo, vice-presidente da Associação das Empresasdo Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE),existe uma maneira de amortizar esse montante. “É possível comprar sem colocar a mão no bolso com a quantia da entrada. Isso é possível se o saldo do FGTS cobrir o valor dos 20% do total do imóvel que está sendo comprado”, afirma.
Para usar o FGTS para abater o valor do financiamento, é preciso cumprir algumas regras, como não ter outro financiamento através do SFH, não ser proprietário de outro imóvel residencial e urbano na região que mora ou que trabalha e, além disso, deve ter contribuído por pelo menos três anos, podendo ser consecutivos ou não de trabalho, na mesma empresa ou em locais diferentes.
Outro meio beneficia as famílias com renda mais baixa através do “Minha Casa Minha Vida” (MCMV). O programa do Governo Federal oferece condições atrativas e os contemplados pelo Faixa 1 do MCMV, que são famílias com renda de até R$ 1.800 mensais, conseguem comprar um imóvel sem dar entrada.
A faixa conta com subsídios oriundos do Orçamento Geral da União (OGU) que pagam até 90% do valor dos imóveis. Ou seja, fica faltando financiar 10%, que pode ser feito em até 120 meses com a Caixa Econômica Federal, com prestações que variam de R$ 80 a R$ 270, a depender da renda bruta familiar.
Para conquistar esse direito, é preciso se cadastrar na prefeitura do município. Isso é necessário porque a demanda para imóveis na Faixa 1 é maior do que a oferta, então o candidato precisa ser sorteado pelo órgão responsável para conseguir os benefícios. Estas condições são possíveis porque o próprio imóvel serve como garantia.
“E os repasses do banco são feitos ao longo da obra para a construtora. Esse crédito associativo vai disponibilizando os recursos de acordo com o andamento da obra. Cada percentual que ela vai sendo concluída, o repasse vai sendo liberado”, explica Thiago Melo.
Celso Petruccio ainda alerta para a opção do consórcio para a compra de um imóvel. “Você compra as cotas e você escolhe o valor mensal que quer pagar. Quando você for sorteado, vai continuar o mesmo valor da prestação mensal e vai o financiamento daquele montante que foi comprado. Ou seja, é algo que consegue se programar financeiramente”, conclui.
Fonte: Zap Imóveis