Seja nos métodos de construção, na intermediação da compra, na busca pelo cliente e nos próprios empreendimentos, tendências já são realidade
Novas tecnologias surgem o tempo todo em todas as áreas da sociedade e no mundo inteiro e o segmento da construção civil e o mercado imobiliário não fogem às novas tendências que despontam. Seja nos novos métodos de construir, nas soluções que os empreendimentos já apresentam, nas novas formas de os corretores intermediarem a compra e ainda como os consumidores finais encaram tudo isso, todo o ciclo já está inserido em um contexto mais tecnológico. E os impactos já podem ser sentidos no Brasil. Confira as tendências de tecnologias que já são realidade no mercado imobiliário brasileiro.
Para Guilherme Ribeiro, diretor de Tecnologia da Rede Imobiliária do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), o mercado da construção e imobiliário historicamente absorvem as novas tendências de tecnologias de forma mais lenta. “É mais tradicional porque é um ciclo de compra maior. Mas, hoje em dia, até mesmo o próprio consumidor exige o uso da tecnologia e elas já estão mais acessíveis e práticas”, explica. Mesmo que não leve exatamente à compra, as tecnologias facilitam todo o processo. “Ela leva a um contato mais rápido, à economia de tempo, resolve etapas intermediárias do processo e o deixa mais transparente. O cliente acaba tendo mais informações e só entra em contato com o imóvel que ele realmente deseja”, completa.
As tecnologias proporcionam facilidades tanto para o profissional que está atuando na intermediação da unidade como também para quem deseja comprar um imóvel. “O corretor de imóveis pode através das ferramentas tecnológicas conquistar mais clientes e alavancar as vendas. Afinal de contas, as novas tecnologias e aplicativos vieram para auxiliar e não para substituir o profissional. De uma forma mais geral, o profissional poderá contar com informações mais precisas sobre as unidades que estiver negociando”, afirma Manoel da Silveira Maia, presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro (Creci-RJ).
Ele cita, como facilitadores para os corretores, aplicativos que já existem no mercado. “O que gera cartões de visita que podem ser enviados por e-mail ou o que simula uma Calculadora HP12C são exemplos de como podem ser úteis ao profissional da intermediação imobiliária”, lista Manoel da Silveira Maia. “Além disso, já existem até mesmo aplicativos que guardam documentos dos imóveis captados, tornando a atuação do corretor de imóveis mais eficiente e produtiva”, acrescenta.
Os clientes interessados em comprar um imóvel também se beneficiam das tecnologias. Óculos de realidade virtual que permitem o consumidor a visitar, mesmo que remotamente, o imóvel de interesse já começam a ser difundidos no Brasil. “O equipamento facilita a vida do cliente, que pode ver diversos empreendimentos simultaneamente sem se deslocar”, ressalta o presidente do Creci-RJ. Aplicativos que se baseiam na posição geográfica do cliente também já são bastante utilizados. “Eles acabam criando uma nova maneira de buscar um imóvel, no entorno”, completa o diretor do Secovi-SP, que ainda cita a utilização de drones para captar imagens aéreas e o crescimento do uso de vídeos para que os consumidores se sintam andando dentro do imóvel.
A tendência é que esses tipos de tecnologias só cresçam no Brasil. “É um custo barato para quem contrata, não tem custo para o cliente final e só traz qualidade”, acredita Guilherme Ribeiro. Além disso, as tecnologias proporcionam um interesse maior por parte dos clientes. “Quando a tecnologia permite ao consumidor conhecer, por exemplo, como ficará um imóvel que hoje ainda está em construção ou quando percebe a aplicação dos benefícios da tecnologia no imóvel e os impactos e facilidades que poderá ter ao adquirir a unidade, com certeza estará mais inclinado a concretizar a compra”, reforça Manoel da Silveira Maia.
Por dentro
A tendência é que surjam ideias cada vez mais inovadoras e que agreguem valor aos serviços imobiliários, impactem na forma de construir e também valorizem os próprios imóveis. Condomínios com aplicativos próprios que oferecem serviços aos moradores já estão despontando no mercado brasileiro. Dentro dos próprios imóveis, os sistemas de automação residencial ainda possuem um alto custo no país, mas, segundo o presidente do Creci-RJ, Manoel da Silveira Maia, podem futuramente ser aliados na economia mensal dos moradores.”Fogões e geladeiras controlados via aplicativo de celular ou tablete, lâmpadas que acendem via wi-fi, sensores que avisam o que está faltando na geladeira, câmeras de segurança controladas via vídeo, entre outras diversas modalidades de sistemas de automação estão em ascensão no país”, garante, ressaltando que a implantação pode agregar valor ao imóvel.
Confira tendências de tecnologias no mercado imobiliário
– Mensagens virtuais – A comunicação entre corretores e clientes se torna, cada vez mais, facilitada por aplicativos de mensagens. O telefonema, usado antigamente, já se torna menos usual por conta da praticidade da troca de mensagens a qualquer momento, com a possibilidade de troca de fotos e vídeos. Além do mais, é uma comunicação mais barata.
– Aplicativos de imóveis – O mercado imobiliário aderiu à onda de aplicativos para smartphones. A facilidade de ter todas as informações sobre os imóveis de interesse na mão, a qualquer hora e lugar já se tornou realidade.
– Anúncios com geolocalização – marcar a área onde o imóvel se encontra facilita a busca do cliente pelo apartamento ou casa ideal, já que a localização, hoje em dia, é quesito fundamental na hora da escolha. Apontar a localização em um mapa ajuda o interessado a saber área e redondezas do imóvel.
– Uso de vídeos – o mercado já percebeu que o cliente gosta de se sentir andando dentro do imóvel que deseja comprar. Com vídeos, essa possibilidade se torna realidade.
– Realidade virtual – Os óculos 3D já se tornaram realidade no mercado brasileiro e permite, de forma ainda mais evoluída, um passeio virtual do cliente no imóvel de interesse. Esta tecnologia evita que os consumidores precisem de muitos deslocamentos e já entre em contato para imóveis que realmente o interessem.
– Imagens por drones – este é o tipo de equipamento já acessível no Brasil e prático para utilizar. Ele permite fazer imagens aéreas dos imóveis, registrando não apenas o empreendimento, mas também o seu entorno, dando uma visão geral.
– Automação – apesar de ainda não ser muito difundida no Brasil por conta do custo alto, já aparece como solução em muitos imóveis. São muitas as possibilidades de automação, como luzes com sensores de presença, ar-condicionado e geladeira que funcionam através de comandos no aplicativo no celular, lâmpadas que acendem via wi-fi, entre outras.
Fonte: ZAP em Casa